Descobrindo os recantos da Mata da Margaraça III

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Que aldeia será?

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Recantos da Mata da Margaraça II

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Barragem do Alto Ceira " Serra do Açor "

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Uma vista parcial de Pomares aldeia do concelho de Arganil

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Vista do parque infantil e piscina de Pomares

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Os Vendilhões do Templo

Deus disse: faz todo o bem
Neste mundo, e, se puderes,
Acode a toda a desgraça
E não faças a ninguém
Aquilo que tu não queres
Que, por mal, alguém te faça.

Fazer bem não é só dar
Pão aos que dele carecem
E à caridade o imploram,
É também aliviar
As mágoas dos que padecem,
Dos que sofrem, dos que choram.

E o mundo só pode ser
Menos mau, menos atroz,
Se conseguirmos fazer
Mais p'los outros que por nós.

Quem desmente, por exemplo,
Tudo o que Cristo ensinou.
São os vendilhões do templo
Que do templo ele expulsou.

E o povo nada conhece...
Obedece ao seu vigário,
Porque julga que obedece
A Cristo — o bom doutrinário.

(António Aleixo, in "Este Livro que Vos Deixo...")

Acaso

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No acaso da rua o acaso da rapariga loira.
Mas não, não é aquela.

A outra era noutra rua, noutra cidade, e eu era outro.
Perco-me subitamente da visão imediata,
Estou outra vez na outra cidade, na outra rua,
E a outra rapariga passa.

Que grande vantagem o recordar intransigentemente!
Agora tenho pena de nunca mais ter visto a outra rapariga,
E tenho pena de afinal nem sequer ter olhado para esta.

Que grande vantagem trazer a alma virada do avesso!
Ao menos escrevem-se versos.
Escrevem-se versos, passa-se por doido, e depois por gênio, se calhar,
Se calhar, ou até sem calhar,
Maravilha das celebridades!

Ia eu dizendo que ao menos escrevem-se versos...
Mas isto era a respeito de uma rapariga,
De uma rapariga loira,
Mas qual delas?
Havia uma que vi há muito tempo numa outra cidade,
Numa outra espécie de rua;
E houve esta que vi há muito tempo numa outra cidade
Numa outra espécie de rua;
Por que todas as recordações são a mesma recordação,
Tudo que foi é a mesma morte,
Ontem, hoje, quem sabe se até amanhã?

Um transeunte olha para mim com uma estranheza ocasional.
Estaria eu a fazer versos em gestos e caretas?
Pode ser... A rapariga loira?
É a mesma afinal...
Tudo é o mesmo afinal ...

Só eu, de qualquer modo, não sou o mesmo, e isto é o mesmo também afinal.

Álvaro de Campos, "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa


Escola Primária de Pomares

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Piodão aldeia presépio da Serra do Açor

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Mais uma vista da Mata do Santuário da Nossa Sra. das Preces

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Mata do Santuário da Nossa Sra. das Preces

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Serra no seu esplendor

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A aldeia de Pai das Donas

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Serra do Açor

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Perdida no meio dos montes
Da serra do Açor
Existe uma pequena aldeia
Altaneira
Orgulhosa do seu ver…

Cresci no seu colo
Feito de campos verdejantes
E de gente simples
Sempre muito atarefada
Nas lides do campo
Desde a sementeira
Até ao recolher
Tantas voltas que o milho leva…

Levantei-me com as galinhas
Carreguei molhos e molhos
Cestas e mais cestas
De dias atrás de dias…
À noite
Deitava-me com o cansaço
Que me açoitava o corpo franzino…

Lembro-me da minha avó
Mulher magra e risonha
Que me deixou tantas saudades…
Das histórias que me contava na hora da sesta
Sentadas no seu velho telhado de xisto
Abraçadas ao sol do Inverno
Que nos aquecia o corpo e a alma…
Costurava mais um remendo
Nas já tão gastas calças do meu avô
E dos seus lindos olhos
De um azul mar
Saía um brilho de alegria
De cada vez
Que lhe enfiava
Mais uma linha no buraco da agulha…

Eram velhas histórias verdadeiras
De crianças pastoras
E de cordeiros nos dentes dos lobos
De tempos de miséria
Onde as bocas eram muitas
E a malga das batatas era só uma
Por isso não se falava à mesa…
Até de um eclipse
[coisa estranha, um mistério]
Que lhe roubou o sol ao meio dia…

Tenho tantas lembranças
Guardadas nas prateleiras da minha memória
E vividas num outro tempo
No meu berço de casas de pedra
E ruas de penedos lisos
Por onde eu corria sem medo

Pai das Donas
É o nome da minha aldeia
Escondida do mundo
Entre montes e fragas
Que valem a pena!
Uma terra
Bem pertinho da Benfeita
Que guardo com carinho
Num cantinho especial
Dentro do meu sentimento…

Hoje revisito-me nesse tempo
Através dessas lembranças
Que me chegam ao pensamento
Como se fossem ecos…
Ecos de uma infância feliz!

Povo

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Povo que lavas no rio,
Que vais às feiras e à tenda,
Que talhas com teu machado
As tábuas do meu caixão,
Pode haver quem te defenda,
Quem turve o teu ar sadio,
Quem compre o teu chão sagrado,
Mas a tua vida, não!

Meu cravo branco na orelha!
Minha camélia vermelha!
Meu verde manjericão!
Ó natureza vadia!
Vejo uma fotografia...
Mas a tua vida, não!

Fui ter à mesa redonda,
Bebendo em malga que esconda
O beijo, de mão em mão...
Água pura, fruto agreste,
Fora o vinho que me deste,
Mas a tua vida, não!

Procissões de praia e monte,
Areais, píncaros, passos
Atrás dos quais os meus vão!
Que é dos cântaros da fonte?
Guardo o jeito desses braços...
Mas a tua vida, não!

Aromas de urze e de lama!
Dormi com eles na cama...
Tive a mesma condição.
Bruxas e lobas, estrelas!
Tive o dom de conhecê-las...
Mas a tua vida, não!

Subi às frias montanhas,
Pelas veredas estranhas
Onde os meus olhos estão.
Rasguei certo corpo ao meio...
Vi certa curva em teu seio...
Mas a tua vida, não!

Só tu! Só tu és verdade!
Quando o remorso me invade
E me leva à confissão...
Povo! Povo! eu te pertenço.
Deste-me alturas de incenso,
Mas a tua vida, não!

Povo que lavas no rio,
Que vais às feiras e à tenda,
Que talhas com teu machado,
As tábuas do meu caixão,
Pode haver quem te defenda,
Quem turve o teu ar sadio,
Quem compre o teu chão sagrado,
Mas a tua vida, não!

Pedro Homem de Mello, in "Miserere"

Coja

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Cantiga

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Descalça vai para a fonte
Leonor, pela verdura;
vai formosa e não segura.

Leva na cabeça o pote,
o testo nas mãos de prata,
cinta de fina escarlata,
sainho de chamalote;
traz a vasquinha de cote,
mais branca que a neve pura;
vai formosa e não segura.

Descobre a touca a garganta,
cabelos de ouro o trançado,
fita de cor de encarnado…
tão linda que o mundo espanta!
chove nela graça tanta
que dá graça à formosura;
vai formosa, e não segura.

Luís de Camões

Descobrindo os recantos da Mata da Margaraça I

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As casas de xisto da minha aldeia.

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Sorgaçosa de um outro ângulo e Casarias.

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Relva Velha vista do interior da Mata da Margaraça

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Ponte Romana sobre o rio Alva em Coja

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O reflexo do Sol através do grande arvoredo da Mata da Margaraça.

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Serra do Açor

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Magros socalcos estreitinhos
Adubados com suor,
Davam frutos rosadinhos
Nesta Serra do Açor.

Não davam grande riqueza
Magro chão, magro era o eito,
Mas sobrava-lhe em beleza
O que lhe faltava em proveito.

Foram palco de cantigas
A ecoar nas quebradas,
Soavam modas antigas
Que eram rosas perfumadas.

Socalcos marca de um tempo
Que teve a sua beleza,
Encenada sem espavento
No palco da Natureza.

Socalcos palmos de terra
Erguidos em sofrimento,
São maravilhas da serra
Vindas do fundo do tempo.

Socalcos vós sois agora,
Silêncio por aí aos ais,
Tanto pico, tanta amora,
Que ninguém apanha mais.

Autor
Viriato gouveia
Publicado no jornal "A Comarca de Arganil"
Em 18-8-2011

Uma bela planície no meio da Serra.

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Verdes são os campos

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Verdes são os campos,
De cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.

Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.

Gados que pasceis
Com contentamento,
Vosso mantimento
Não no entendereis;
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.

Luís de Camões

Passeando pela Serra do Açor. I

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Sobreira centenária em Sorgaçosa ( património nacional )

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Um final de tarde de Agosto 2011 em Sorgaçosa.

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Produto final, uma cesta de Coscoreis.

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Finalizando a confecção.

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Foi uma tarde em família com muita alegria e boa disposição.

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Alguns dos Coscoreis já confecçionados.

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O bolo já pronto para a fritadeira.

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O bolo a ser trabalhado nas mãos.

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Escorrendo o excesso de óleo.

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Em espírito de equipa familiar lá se vão fritando os Coscoreis.

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A fritar em óleo bem quente.

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A confecção dos bolos "Coscoreis" da minha aldeia.

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A massa dos bolos já levedou.

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Trabalhando os ingredientes

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Misturando os ingredientes

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